SAÚDE

COVID – Prefeitura inicia exumação de corpos de vítimas de Covid

 

Passados mais de três anos desde o início da pandemia de Covid-19, que gerou despedidas com caixão lacrado e com sepultamentos instantâneos para evitar aglomerações, proliferação e contágio pela doença, os corpos dos falecidos começam a ser exumados após Nota Técnica divulgada pelo Ministério da Saúde.
No documento, a Pasta estipula tempo mínimo de três anos para a ação e recomenda que, em caso de não esqueletização, o corpo seja retornado ao caixão e a sepultura seja fechada de imediato. Com a decisão, a prefeitura de Rio Preto (SP)  retoma nas próximas semanas as exumações dos restos mortais de pessoas falecidas enterradas nos cemitérios municipais nos últimos anos.

A Secretaria de Administração começou a notificar nos últimos dias parentes de pessoas enterradas no Cemitério de Talhado sobre o prazo determinado de concessão das sepulturas, segundo a pasta “considerando a necessidade” do Município “em utilizar as sepulturas para realizações de novas inumações”.

“A Secretaria de Administração informa que obedeceu a Nota Técnica nº 23/2023-CGIAE/DAENT/SVSA/MS, do Ministério da Saúde, estando as exumações e os traslados de acordo com a legislação vigente. O tempo previsto tanto na Nota Técnica como na legislação municipal, foi respeitado”, afirmou a pasta.

Tanto a norma, quanto a legislação municipal estipulam que as exumações de adultos podem ocorrer após três anos, enquanto que crianças de até seis anos o prazo para exumação será de dois anos, mas na maioria dos casos, o tempo não tem sido suficiente para esqueletização dos restos mortais, o que pode provocar alterações nas orientações.

Para evitar contaminações as vítimas da covid-19 foram sepultadas em sacos apropriados com vedações, as urnas também foram lacradas. Essas providências foram adotadas como protocolos sanitários durante a pandemia.

Essa situação traz, no entanto, a preocupação com o processo natural de decomposição, os sacos podem reter os líquidos e há temor de que o período de três anos possa não ser suficiente, como tem ocorrido em diversos municípios.

Segundo Ivan Miziara, especialista em Medicina Legal e Perícia Médica, explica que o processo de decomposição depende de uma série de fatores. “O processo natural depende da temperatura e do local dos corpos sepultados, mas em condições normais podem variar de 36 a 60 meses até ficarem esqueletizados”, explica.

Em Santo André, município localizado na região Metropolitana da São Paulo, apenas 5% dos corpos de vítimas de Covid-19 estavam em condições de serem transferidos para ossários.
Até a última sexta-feira, 12, já haviam sido realizadas 110 exumações de corpos com morte por Covid-19 ou suspeita na cidade, com 95% (104), encontrando-se em estado íntegro, permanecendo na sepultura por mais três anos.

“Não existe um tempo máximo que o corpo pode permanecer em uma sepultura temporária (pública), o tempo dependerá se o corpo está íntegro ou decomposto, que aí, sim, possibilita a sua transferência para um ossário”, disse a Prefeitura. Foto: Interativa FM. Fonte: https://jornaldhoje.com.br/p/prefeitura-de-rio-preto-inicia-exuma%C3%A7%C3%A3o-de-corpos-de-v%C3%ADtimas-de-covid

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