A mídia, enquanto espelho da sociedade, tem sido alvo de críticas quanto à produção e representatividade de seus conteúdos, especialmente no que se refere à inclusão racial. Uma recente pesquisa do GEMAA (Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa) revelou dados alarmantes sobre a presença de profissionais negros nos principais veículos de comunicação impressa do país, destacando a necessidade urgente de mudanças.
Os resultados da pesquisa indicam que a representação de pessoas negras nos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo é significativamente inferior à proporção racial na população brasileira. Enquanto os brancos aparecem em mais do dobro de sua representação populacional, os pretos representam apenas 0,65%, e os pardos, 0,13%, uma oitava parte de sua presença demográfica. Essa desigualdade reflete não apenas a falta de diversidade nos conteúdos veiculados, mas também na construção de visões de mundo e na formação de gostos.