SAÚDE

SUMIU DINHEIRO DE HOSPITAL – Em João Neiva (ES) e vereador quer punição e ressarcimento; veja o que apurou a sindicância

 O combativo e atuante vereador Marcelo Campostrini, de João Neiva, na região Noroeste Capixaba, quer punição e reassarcimento dos valores desviados da Associação Beneficência e Cultura de João Neiva, mantenedora do Hospital e Maternidade Sagrado Coração de Maria.

 “ É inadmissível o que ocorreu. Apesar do relatório de sindicância realizado pelos responsáveis do hospital para apurar os desvios indicarem que não foram recursos públicos, mas os procedimentos foram realizados nas instalações do hospital que é mantido em sua maior parte, com repasses públicos da prefeitura e Câmara municipal, portanto, é responsabilidade do vereador fiscalizar e controlar as contas públicas”, observou.

 

 

Marcelo (Foto Acima)  classificou os desvios de “inadimissível. Não se desvia recursos, muito menos de hospital.  Isso é pecado numa área tão carente onde as pessoas sofrem, muitas vezes, por falta de medicamentos, longa filas de esperas e equipamentos. Queremos justiça. O povo de João Neiva quer justiça”. (Continua após anúncio).

 

  “Não vimos ainda punição e nem retorno dos valores desviados. Diante dos fatos vamos sugerir que seja realizada um auditoria geral nas contas do hospital, tanto na parte privada, como na também nas área pública”, afirmou.

  Em sindicância assinada  pelo Coordenador da Sindicância Interna de Apuração (SIA)  Dório Anderson, pelo vice-cordenador Plínio Soprani  e pela secretária Edimara Pajehu Castro e encaminhada  ao Legislativo do município, detectou-se “que no dia 3 de maio de 2019  a primeira suspeita de irregularidade  na contabilização de recursos recebidos de cirurgias particulares. Isso porque, a recepcionista do Convenio, J. V. M., procurou a funcionária do RH, E. P.  De C., relatando que a então administradora  R. De C.  S.  Do N. teria retirado dinheiro no caixa e não registrado a respectiva retirada”.

 Já nos dias entre 12 a 23 de maio, informa o documento enviado  à Câmara de Vereadores,  “a consultoria Dinâmica Soluções foi solicitada para realizar auditoria dos dados enviados e realizar pesquisa junto a ex-pacientes. O relatório encontra-se no anexo tendo sido identificadas várias evidencias de desvio de recursos dos procedimentos particulares e fragilidade no controle destes recursos particulares”.

Conforme ainda o documento de apuração, “a paciente M. C. S.  afirma ter pago ao hospital o valor de  R$ 3.500 mil pela cirurgia de  colecistectomia por video, todavia, no caderno de controle,  o valor lançado era de  R$ 2.500 mil (menor que o relatado  por M.

 Conforme o documento, ainda, “as irregularidades relatadas foram: “Falta de registro em atas das reuniões da Diretoria, onde foram discutidos vários assuntos da Associação e do hospital, ente eles, autorização para empréstimos, bancário, regularização e depósitos de recebimentos de aluguéis como na  Câmara Municipal, na  Escola Casa do Estudante e atividades no Centro Comunitário por terceiros”.

E continua: “Foi constatado o desaparecimento do livro de atas da diretoria da Associação de Beneficência e Cultura de João Neiva. Ao tornar conhecimento,  os conselheiros reunidos nesta Assembleia reclamaram pela falta de responsabilidade na guarda dos livros, por quem de direito deveria fazê-lo. O conselheiro Edno Queiroz na oportunidade, levantou a questão de alguém que por motivos desconhecidos pudesse dar sumiço ao referido livro.” .

 A partir daí, explica o documento, foram  realizadas entrevistas com pacientes de cirurgias particulares, quando ainda internados, que foram operados”.

 Um desses pacientes, segundo ainda o documento em posse da Câmara de João Neiva,  I. Z. “afirmou que realizou pagamento em dinheiro vivo, no valor de R$ 4.500 mil  porém, foi dado entrada de  apenas  R$ 3.500 mil , diferença de R$ 1. Mil”.

  Uma outra paciente, T. R. S., afirmou “que realizou o pagamento em espécie  de R$ 3 mil  e o valor que foi dado entrada na unidade  foi de R$ 2.500 mil, numa   diferença de R$ 500,00 “.

Outra paciente, L. R., também afirmou “que realizou  pagamento  de R$ 3.500 mil  a  HMSCM, mas o registro de entrada foi de apenas  R$ 2.500 mil  tendo uma diferença de R$ 1 mil”.  Já L. A. S. afirma que “realizou o pagamento de R$ 4.500 mil ao FiNISCM . Apenas nessa amostragem houve diferença de R$ 3.500 entre o valor pago pelas pacientes e o valor rateado entre as partes (Medico, Anestesista e Hospital)”.

  O documento em posse dos vereadores afirma “que ocorreu  uma  reunião com a diretoria do Hospital, oportunidade  em que, questionada, a Coordenadora Administrativa R. de C. S. do N. negou ter conhecimento de qualquer irregularidade, nada esclareceu sobre a diferença de valores registrados no atendimento de cirurgias particulares e pediu demissão”.

 A sindicância apurou ainda, que:

–  Não havia regular controle e contabilização de recursos  arrecadados pelo hospital no pagamento de cirurgias particulares.

 –  Há divergência de valores entre o que ex-pacientes declaram ter pagado por cirurgias particulares e o valor contabilizado.

–  O controle de pagamento e recebimento  por cirurgias particulares, à princípio, seria feito peia Sra. R. De C.  S. Do N. que exercia o cargo de Coordenadora Administrativa .  –

  – Questionada sobre os fatos,  R.  De C. S. Do N. nada soube ou quis esclarecer e pediu demissão por iniciativa própria.  –

– Não há registros ou indícios de irregularidades nos  recursos de origem pública (Município, Estado ou União).

–  Para correção das fragilidades, foi implementado  controle de faturamento diário dos convênios e particulares em todas as cirurgias particulares, são emitidos recibos ou nota fiscal.

A apuração, destacou  que:

“Os livros de ata da diretoria e  de registros dos pagamentos das cirurgias desapareceram ;  vários pacientes pagaram um valor major ao registrado no caixa do hospital; e as negociações e recebimentos dos valores eram recebidos, em quase toda as ocasiões pela Sra. R. De C. S.  Do N.;  P. S., pela força do cargo, recebia a totalidade dos recursos e realiza os registros; o faturamento de cirurgias particulares aumentou substancialmente após a eleição da nova diretoria; não há possibilidade de desvio de recursos públicos; os  desvios ocorreram somente nos procedimentos que eram pagos à vista e em dinheiro; e houve retirada de valor do caixa do convênio sem prestação de contas”.

 “ Dados os fatos levantados foi possível identificar apenas que R.  de C. S. do N. era a responsável pela contabilização dos recursos relativos aos procedimentos auditados”.

 A sindicância concluiu afirmando que ” há, de fato, fortes evidências de que prepostos do Hospital e Maternidade Sagrado Coração de Maria (HIVISCM) cobraram de pacientes valores  maiores  do que contabilizaram no atendimento médico-hospitalar particular, em especial na realização de procedimentos cirúrgicos”

“Todavia, essa Comissão não pode afirmar, com segurança, qual ou quais pessoas seriam responsáveis por tais práticas. Registramos  que, inclusive, dada a eventual responsabilidade penal, essa Comissão não  tem competência para acusar ninguém, ficando a cargo da responsabilização. Em relação  aos membros da diretoria da época dos fatos, registramos não  ter sido identificado qualquer tipo de participação  ou que  tivessem conhecimento de tais fatos. Desta forma encerramos esta sindicância, ressalvando que caso surjam novos  trabalhos de investigação poderão der reabertos”, concluíram.

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