Dermatologista Marília Acioli alerta para os cuidados com a pele durante procedimentos. (Compartilhe essa notícia para que mais pessoas saibam).
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados, apenas em 2020. De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), este número representa 24,5% dos novos casos de câncer em mulheres.
No Brasil, o número previsto para todo o ano de 2021 chega a 66 mil, o que equivale a uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres, segundo Instituto Nacional de Câncer (INCA).
No mês conhecido como “Outubro Rosa”, nome dado por causa da cor do laço usado durante todo o período de conscientização, o alerta não se restringe a apenas aos cuidados de prevenção contra o câncer de mama, mas a todos os pormenores em volta do processo de cura. Além dos exames, como medida para precaução, existem outras atenções necessárias voltadas às mulheres que já estão em tratamento.
O tratamento contra o câncer é um momento delicado, e o combate a multiplicação genética de uma célula pode gerar consequências ao paciente, como problemas com a pele. A radioterapia e quimioterapia são exemplos de procedimentos que podem causar efeitos dermatológicos variados.
A médica dermatologista Marília Acioli – membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, afirma que durante este processo de tratamento é importante voltar a atenção para os cuidados com a pele, unhas e cabelos. “É esperado que a mulher submetida a um tratamento para câncer de mama esteja exposta a algum grau de estresse, o que vai interferir inevitavelmente na saúde da pele, cabelos e unhas”, destaca.
Dra. Marília Acioli frisa que um dos problemas mais conhecidos durante o tratamento é a queda de cabelos, e salienta ser muito comum que as mulheres submetidas à quimioterapia tenham uma perda significativa dos fios, chamada de eflúvio anágeno.
“Uma maneira de reduzir a queda é o uso de toucas de resfriamento do couro cabeludo durante a infusão da quimioterapia. Esse método reduz a quantidade de medicação que chega ao couro cabeludo e, portanto, a paciente tende a perder menos fios”, conta.
Em relação aos efeitos colaterais para a mulher que já esteja em tratamento com a radioterapia, a dermatologista fala que o principal efeito se manifesta justamente na pele, conhecido pelo termo radiodermite. “Ela pode ir desde uma vermelhidão até a formação de ferimentos na pele, e os cuidados pré e pós-tratamento podem minimizar significativamente essa alteração cutânea”, destaca. (Continua).