Polícia

SOCORRO – É o pedido dos moradores de Povoação contra a violência que se abateu na comunidade

 Os moradores da bucólica  Vila de Povoação, distante há cerca  de 34 km de Linhares e com uma população estimada em cerca de 3.500 habitantes, vivem um drama onde  morrem de saudades do pouco tempo atrás onde  andar tranquilo à noite, deixar o carro com as portas destravadas e janelas e portas abertas à noite, ou dia, era mais que do  normal.

   Arrombamentos, pessoas com arma na cintura,  assaltos e assassinatos vem se tornando uma rotina para os moradores que escolheram o lugarejo em busca de tranquilidade, refúgio, em meio a seus inúmeros atrativos naturais.

  Mas eles resolveram dar um basta na situação ou, pelo menos, minimizar a pauta e exigem maior segurança. Uma reunião está marcada para a próxima segunda feira (4)  com a Polícia Militar do município para debater a matemática.

  Para muitos moradores, os problemas da comunidade quando o assunto é segurança começaram a ser acentuados a partir do momento em que na vila começou a circular, mensalmente, uma enorme quantia de dinheiro depositado na conta de mais de 700 atingidos pela Fundação Renova – o  Aluguel Social – . O dinheiro é proveniente das indenizações pagas pela fundação aos impactados da tragédia de Mariana.

   Segundo integrantes da Comissão dos Atingidos são pelo menos cerca de R$ 2 milhões que circulam  todos os mêses no lugar para cada impactado, pelo menos, 700 deles. São pagos um salário mínimo vigente (R$ 998,00) , mais 20% do valor para cada dependente, além de mais 20% do valor da cesta básica  calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese).

   Com medo de manifestar, temendo represálias, muitos moradores ouvidos por Radar Geral  pediram para não serem identificados.

   “Nossa pacata Vila acabou. Depois da tragédia do Rio Doce nossa população praticamente dobrou. Vieram para cá algumas pessoas com problemas na justiça, outras vieram para traficar drogas. Precisamos da volta do DPM (Departamento Policial Militar) e de policiamento diário para ver quem está portando armas e traficando ilícitos”, pediu.

   Outro morador, que também pediu anonimato, disse que “está perigoso até em se manifestar sobre os problemas de segurança de Povoação”. Já uma moradora, residente no local há mais de 40 anos, afirmou que  Povoação foi inundada de “cachaceiros e pinguços que em nada melhoram nossa vila, o bem viver  de  todos, só trouxeram facas, garruchas e problemas”, afirmou.

   “ Não é só drogas, com o dinheiro que rola livre e solto aqui aumentaram em muito o consumo de bebidas alcoólicas, que tem gerado brigas banais que, geralmente, acabam em conflitos sérios. Rola um dinheiro aqui que não havia antes. Não sei se esse dinheiro da fundação  foi bom ou ruim. A tragédia do Rio Doce, além de danos ambientais, impactou em muito nossa comunidade nas questões sociais”, afirmou.

  O OUTRO LADO – O capitão PM Nunes, do O 12º Batalhão da Polícia Militar de Linhares, disse que “ a corporação está atenta ao problema”.

   “Foi feita uma reunião há três meses onde foi acordado em colocar um efetivo policial em Povoação durante 3 vezes por semana”, disse. (Continua após o anúncio).

 

  “Os militares de Pontal do Ipiranga cobrem Povoação três vezes por semana, sendo um no final de semana. Havendo necessidade ou urgência os militares do O 12º Batalhão se deslocam para dar o devido apoio a comunidade. Temos um policiamento  24 horas na área do  12º Batalhão, mas não em Povoação”, acrescentou.

   Segundo o militar, “nós temos uma previsão de policiamento para o verão que acontece todos os anos. Pode ser que esse ano ocorra um apoio da Operação Verão. Mas temos previsão de que ocorra um policiamento fixo nos finais de semana na comunidade”. (Continua após o anúncio).

 

  Conforme o capitão, a polícia “mantém outras estratégicas na comunidade como operações de trânsito, de mandado de buscas e judiciais, além de outras atividades fiscalizatórias”.

  Segundo afirma o militar, a polícia tem “si preocupado em se aproximar das comunidades, visitando-as. Recentemente, inclusive, com a presença do atual comandante de nossa unidade, tenente-coronel Geovanio Silva Ribeiro”, lembrou. (Continua após anúncio).

 

  O capitão lembrou ainda  que “a PM tem  contatos com todas as representações das comunidades de Povoação, Pontal e Degredo”.

   “Procuramos ter transparência, com o que nós temos, quais sãos as formas e estratégicas  para atender as comunidades  enquanto não temos ainda uma condição ideal para atender a todos. Mostramos as comunidades a realidade da companhia e o que estamos fazendo com o efetivo”, concluiu. A reportagem tentou contato com a Fundação Renova, mas até essa postagem não foi possível.

  SAIBA MAIS – A vila de Povoação é modesta, com casas simples e árvores que guardam uma praia bela. Os quilômetros de areias douradas e fofas são apropriadas para uma caminhada e também para a prática de esportes na areia. Visualiza-se vários barcos de pescadores de sua orla, onde existe uma peixaria que serve peixes frescos provenientes da pesca artesanal. Além disso, as ondas vibrantes do mar são ideais para os surfistas. O rio Doce, que corta o município de Linhares desagua ao sul da praia, por isso, suas águas possuem uma coloração barrenta. Nesta praia também existe uma base do Projeto Tamar, próxima a lagoa de Monsarás.

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