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JOVENS MORTOS NO PARÁ – PF encontra três corpos numa terra indígena no sudeste do Pará, onde três caçadores que desapareceram; um deles é da família Câmara, muito conhecida no ES e tradicional – VÍDEOS E FOTOS

   

Os corpos estavam enterrados em covas rasas, cobertos por folhas, e em estágio avançado de decomposição. Segundo o advogado das famílias, os pertences encontrados ao lado dos corpos são dos três caçadores. Centenas de manifestantes saíram as ruas da cidade em protesto. O clima é muito tenso na cidade. Familiares negam que jovens seriam caçadores.

 (Compartilhe essa notícia para que mais pessoas saibam). * Nove Vídeos no final. Triste o episódio, mas se fosse o contrário seria manchete em todo o mundo e no Brasil o maior estardalhaço, possivelmente . Não se deve morrer índios e nem ninguém. É preciso reconstruir a infeliz ideologia de jogar uns contra os outros.

 

Reunião em que os indígenas receberam os pais dos caçadores ilegais que se perderam na TI . (Reprodução redes sociais).

Desde quinta-feira (28), após autorização da Justiça, mais de 150 agentes das polícias Federal e Militar, Força Nacional e Corpo de Bombeiros tentavam localizar três caçadores.

Parentes e amigos dos caçadores chegaram a interditar nesta semana a BR-230, a rodovia Transamazônica, para protestar contra a demora no início das buscas.

No fim da tarde do último  sábado, os três corpos chegaram ao Instituto Médico Legal de Marabá (PA), onde peritos do estado do Pará e da Polícia Federal tentam identificar as vítimas e apontar a causa das mortes. A PF informou que as investigações continuam para localizar os responsáveis pelo crime. (Continua). 

Interdição da rodovia. Foto: redes sociais.

Parentes dos três caçadores foram chamados ao IML para tentar fazer o reconhecimento. Segundo o advogado das famílias, os pertences encontrados ao lado dos corpos são dos três caçadores. (Continua).

 

“As famílias estão angustiadas, estão sofrendo. Precisa que as autoridades façam valer a justiça e que os criminosos paguem por tudo o que fizeram nos moldes da lei”, declara Cândido Lima Júnior.

ANTES DE ENCONTRAREM OS CORPOS –  – população de Novo Repartimento, no Pará, acusam indígenas pelo desaparecimento; há até ameaças de morte.

  Sob a acusação de terem sequestrado e mantido três caçadores em cárcere privado, os Parakanã explicam o que pode ter acontecido: “Os caçadores entraram nas nossas terras e se perderam. Nós não sabemos para onde eles foram, onde eles entraram”. À Amazônia Real, Tarana Parakanã garante que seu povo não só é inocente, como ainda tentou ajudar os familiares dos invasores que entraram em suas terras para caçar e não foram mais vistos desde o último domingo (24).

Os caçadores Cosmo Ribeiro de Sousa, José Luís da Silva Teixeira e Willian Santos Câmara invadiram a Terra Indígena Parakanã, embora a caça e a entrada de pessoas estranhas aos grupos indígenas sejam proibidas pela Lei 6.001/73. A TI é composta por 24 aldeias e está localizada próxima do município de Novo Repartimento, no sudeste paraense, e a cerca de 170 quilômetros de Marabá, às margens da Rodovia Transamazônica (BR-230).

Após o desaparecimento dos três caçadores, que vivem em propriedades rurais nas imediações da TI Parakanã (autodenominados Awaeté), os familiares e a população local passaram a acusar, presencialmente e pelas redes sociais, os indígenas pelo desaparecimento.

 A Amazônia Real teve acesso a um áudio anônimo em que um homem promete invadir a aldeia e assassinar os indígenas: “(…) Vamos entrar na aldeia e começar a matar índio, começar daqui da frente, não tá bom não”.

Desde segunda-feira (25), a estrada que dá acesso ao território dos Parakanã foi bloqueada. O clima segue tenso e Tarana, estudante do curso de Letras do Instituto Federal do Pará (IFPA), teve de abandonar o local.

“Os familiares dos homens que se perderam entraram aqui agredindo um estudante e a gente ficou sem saber o que tínhamos feito pra ele. Não tinha ninguém para explicar o que estava acontecendo”, informou Tarana na madrugada de quarta-feira (27). Segundo relato dos Parakanã, os próprios familiares encontraram as motos e outros pertences dos caçadores dentro das matas da TI, a cerca de 200 metros da beira da BR-230.

A agressão relatada pelo indígena ocorreu na segunda-feira (25), quando um grupo de pessoas surpreendeu, de forma violenta, os alunos dos Cursos de Agroecologia e Magistério Indígena do Campus Rural de Marabá do IFPA, por volta de 13h15. (Continua).

Aos gritos, os o grupo  proferiu ameaças aos indígenas no Posto Taxakoakwera, onde as aulas ocorrem, acusando-os mais uma vez de serem os responsáveis pelo desaparecimento dos caçadores ilegais. Logo em seguida, o grupo bloqueou a estrada. Os indígenas afirmam que no grupo  havia pessoas armadas.

“O branco está invadindo nossas terras e ameaçando o meu povo de morte […] a situação está muito complicada para nós. Pedimos às autoridades, Polícia Federal, o chefe Maior, para fazerem alguma coisa para ajudar o meu povo”, suplicou, em vídeo, Xeteria Parakanã, cacique da aldeia Parano’wa.

Em uma nota conjunta, assinada por professores e pela coordenação do Curso de Magistério Indígena (IFPA/CRMB), os técnicos confirmam que os indígenas receberam os familiares dos homens desaparecidos, os quais teriam solicitado ajuda dos Awaeté nas buscas por seus filhos, o que teria sido atendido pelos indígenas.

“Duas mães e um pai dos caçadores solicitaram uma reunião com os caciques o que foi prontamente atendido, e num gesto de solidariedade aos familiares foram convidados a entrar e a explicar o acontecido com calma aos Awaeté, que até então pouco compreendiam da situação de fato”, diz a nota.

Tudo parecia encaminhar para um bom entendimento, quando, segundo relato dos técnicos do IFPA, um sargento da Polícia Militar de Novo Repartimento invadiu a reunião. “Tal sargento, parou a reunião, afirmando que teria recebido informações de um desaparecimento, seguido de ‘cárcere privado’.”

Segundo uma nota dos técnicos do IFPA, um professor teria se manifestado, explicando a situação ao sargento e dizendo que a informação de cárcere privado não era verdadeira. “O senhor ou seu informante não estariam equivocados? Aqui até o momento não houve ‘cárcere privado’.” (Continua).

Polícia Militar do Pará foi mediar o conflito (Foto: Reprodução redes sociais).

Questionada pela reportagem da Amazônia Real, a Polícia Federal informou que já está acompanhando o caso e que um efetivo foi destacado para a região “para realização de trabalhos de Polícia Judiciária da União [e para] prestar o apoio necessário na localidade, bem como minimizar a possibilidade de ocorrência de conflito”. A PF informou ainda que já foram realizados levantamentos preliminares para a colheita de informações e que está em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério Público Federal (MPF) e com a Eletronorte – que mantém um projeto na localidade. (Continua).

Por conta do recente contato, ocorrido há menos de quatro décadas, os Awaeté não dominam plenamente a língua portuguesa. O território, com a extensão de cerca de 352 mil hectares, foi homologado em 1991, conforme Decreto 248/91. A população atual é de cerca 1.354 indígenas. Por conta da construção da Hidrelétrica de Tucuruí, que impactou os modos de vida dos Parakanãs, a Eletronorte e a Funai criaram o projeto de assistência denominado de “Programa Parakanã”, administrado atualmente por um servidor federal designado pela Funai.

Já o MPF informa, em nota, que acompanha as buscas pelo desaparecimento dos três homens e que elas estão sendo feitas pelo Corpo de Bombeiros de Novo Repartimento com a ajuda dos indígenas. De acordo com o órgão, “a situação se acalmou após mediação da Funai”, fato que não foi confirmado até o momento pela reportagem. (Continua).

Foto: Redes sociais Facebook montagem. Vídeo: Redes sociais. 

Fontes:  https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/04/30/pf-encontra-tres-corpos-numa-terra-indigena-no-sudeste-do-para-onde-tres-cacadores-que-desapareceram.ghtml .

E Amazônia Real.

Fotos: Redes sociais.

Sumiço de caçadores faz população se revoltar contra os Parakanã

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